Oh! meu Bom
Jesus.
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Santuário do Bom Jesus de Matosinhos de S. João d' El Rei
Existe em Minas Gerais uma cidade que fica no chamado Caminho Velho e que se chama Matozinhos. Recebeu esse nome por causa da Igreja que acolhia uma imagem do bom Jesus de Matosinhos.
A actual igreja foi construída paralelamente à destruição da anterior, barroca, situação que ainda hoje é muito contestada na cidade. O responsável por isso foi o primeiro pároco que a igreja teve e cuja irresponsabilidade o levou ainda a vender a portada da igreja a um particular de outro estado e que a aproveitou para fazer a entrada de uma fazenda. Um amigo meu dessa cidade, João Paulo Guimarães, responsável pela TV local, fez um video interessante em que se pode assistir a esse crime porque tendo a nova sido construída junto da antiga enquanto esta era demolida se erguia a outra.
Este video tem um valor inestimável porque permite-nos conhecer a igreja original completamente distinta da actual que foi construída com pedras da antiga mas cujo aspecto de linhas modernas choca com a imagem da anterior
Nova matriz
Imagem do Bom jesus de Matozinhos
Altar-mor em dia de Jubileu
O
Culto ao Bom Jesus de Matozinhos, em S. João d'El Rei, além de antigo é muito
profundo.Foi referido no primeiro video acima que, há anos atrás, o Jubileu se realizava no Pentecostes ou seja na mesma data
em que ele se faz entre nós, em Portugal. A passagem do Jubileu brasileiro para Setembro foi feita de acordo com o clero brasileiro para que todas as festas ao Bom Jesus de Matozinhos coincidissem. Contudo algumas não respeitaram esse dia e optaram por outros. Mas a maioria celebra-o em Setembro.
Um obrigada ao meu irmão mineiro, José António Ávila de Vasconcelos que me ajudou muito ao longo do meu trabalho, com os seus conhecimentos e a sua devoção ao nosso comum Bom Jesus, ao João Paulo pela "cópia" do video e um agradecimento particular ao snr. Padre José Raimundo que me transmitiu força ao longo da elaboração do meu trabalho.
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Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, em Matozinhos (MG)
As
informações acerca da origem do povoado, que futuramente veio a ser Matozinhos,
são imprecisas. Ainda assim, sabe-se que é ele um remanescente das Bandeiras
(Bandeira de D. Rodrigo de Castelo Branco) e que a pedra fundamental da cidade
foi lançada em data anterior a 1774, quando Inácio Pires de Miranda construiu
uma capela (era filial da Matriz de Roças Grandes, fundada por Inácio Pires de
Miranda em provisão de 30 de maio de 1774) em homenagem ao Senhor Bom Jesus,
exactamente sobre as ruínas de um acampamento de Bandeirantes, local onde teria
sido encontrada uma imagem do santo, que se tornou o padroeiro do lugar e
ganhou uma capela em torno da qual surgiu o povoado sendo o local mais central de Matozinhos a partir de
então.
Antiga igreja
O primitivo templo foi demolido nos anos de 1920 e 1921 iniciando-se então a construção do actual, com projecto do padre italiano Sebastião Scarzello, à época vigário da Paróquia e que era também engenheiro. No coração da cidade surgiu assim a sumptuosa Matriz do Senhor Bom Jesus de Matozinhos,que foi inaugurada em 1929.
O padre Sebastião, como era chamado, ao construir a igreja, de dimensões gigantescas para a época em que foi erigida, tentou reproduzir um templo católico existente em Milão.
Actual Santuário
Como em Congonhas, todos os anos à volta do dia 14
de Setembro, multidões de fiéis são
atraídas a Matozinhos para venerarem o seu padroeiro nos dias do Jubileu,
enchendo a praça em frente da Matriz e as ruas da cidade. Esse momento é, sem dúvida,
um dos acontecimentos mais importantes na vida local.
O programa das
celebrações inclui uma componente religiosa a par de outra profana. Da primeira
fazem parte a novena, as missas, a procissão com quadros vivos, a visita ao
Santo e à Casa dos Milagres.
Igreja em dia de Jubileu
Bom Jesus na Procissão do Jubileu
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Igreja de Bom Jesus
de Matosinhos no Serro, antiga Vila do Príncipe
Igreja de Bom Jesus de Matosinhos no
Serro, antiga Vila do Príncipe
A primeira notícia que
se tem acerca desta igreja é fornecida pelo historiador Cónego Raimundo
Trindade, que informa ser o seu fundador o tenente José Ferreira de Vila Nova
Ivo. Aires da Mata Machado, em seu relatório de pesquisa realizado pelo IPHAN, afirma ter encontrado uma alusão
à existência desta igreja num livro de assentamento datado de 1785. Entretanto
julgam os historiadores que a data mais concreta sobre a história deste templo,
é a de 1797, inscrita em medalhão da pintura do forro da capela-mor, que atesta
o estágio adiantado da construção – pelo menos desta parte do edifício - pois
refere-se ao término dos trabalhos de decoração interna.
De acordo com
informações fornecidas por Dario A. F. da Silva nas suas “Memórias sobre o Serro Antigo”, os devotos de
São Benedito chegaram a requerer, em 1784, provisão para erguer sua capela
própria destinada a abrigar a imagem de Nossa Senhora das Mercês, mas, não se
sabe porque motivos, tal iniciativa não se concretizou. Parece que os confrades
das Mercês, agrupados na sua associação, desde 1734, e que se reuniam comumente
na capela do Rosário, desistiram do projecto de uma igreja particular para a
Irmandade, passando a colaborar na construção da igreja do Senhor Bom Jesus de
Matozinhos, sob condição de ali se instalarem definitivamente. Aliás há mais um
caso de ligação desta Irmandade com a de S. Bento. Isso acontece em Mogi das
Cruzes no Estado de S. Paulo.De acordo com
informações fornecidas por Dario A. F. da Silva nas suas “Memórias sobre o Serro Antigo”, os devotos de
São Benedito chegaram a requerer, em 1784, provisão para erguer sua capela
própria destinada a abrigar a imagem de Nossa Senhora das Mercês, mas, não se
sabe porque motivos, tal iniciativa não se concretizou. Parece que os confrades
das Mercês, agrupados na sua associação, desde 1734, e que se reuniam comumente
na capela do Rosário, desistiram do projecto de umaigreja particular para a
Irmandade, passando a colaborar na construção da igreja.A igreja está erguida numa suave encosta com
adro protegido por arrimo e acesso em escadaria de pedra.
Foi construída em taipa e madeira. Ao longo de todo o século XIX e mesmo do XX, a igreja sofreu sucessivos trabalhos de reforma e reedificação. Em 1907, por exemplo, para suprirem os gastos com esses trabalhos, os irmãos de S. Benedito venderam ornamentos e imagens do acervo do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, sob condição de ali se instalarem definitivamente. Aliás há mais um caso de ligação desta Irmandade com a de S. Bento. Isso acontece em Moggi das Cruzes no Estado de S. Paulo.
A igreja, como veremos mais abaixo, está erguida
numa suave encosta com adro protegido por um muro e acesso em escadaria de
pedra.
Foi construída em taipa e
madeira. Ao longo de todo o século XIX e mesmo do XX, a igreja sofreu
sucessivos trabalhos de reforma e reedificação. Em 1907, por exemplo, para
suprirem os gastos com esses trabalhos, os irmãos de S. Benedito venderam
ornamentos e imagens do acervo.
Altar-mor com a imagem do Bom Jesus do Serro
A igreja está profusamente decorada com cenas que
representam a adoração dos Rei Magos e os Evangelistas.
Vista geral do Altar-mor de algumas das pinturas da igreja
Mas a pintura mais
importante é a do painel do forro, o medalhão central onde está representada a lendária cena do
achamento, na praia de Matozinhos, em Portugal, da imagem recolhida por um
grupo de pescadores, que a têm apoiada nos braços e colos, junto à rede de
pesca, numa atitude cénica que fez Rodrigo Mello Franco de Andrade tomar o
quadro como reprodução da clássica iconografia da “ Deposição no túmulo”. A
exemplo de outras composições alusivas ao episódio da lenda de Matozinhos, a
pintura serrana mostra como fundo uma paisagem marinha, podendo tratar-se de
cópia de gravura portuguesa. Ouçamos e vejamos a história contada pelos habitantes locais:
Panorâmica da cidade e da igreja.
No Serro não festejam Jubileu. A festa local é a do Divino.
S. António de Piratininga
(Piranga)
A 1000m de altitude,
cercado por montanhas, Bacalhau ou Santo António de Pirapetinga, distrito de
Piranga, contempla na parte mais alta do antigo arraial, o maior templo
espiritual do Vale do Piranga: o Santuário do Senhor do Bom
Jesus de Matozinhos, construído nos meados do século XVIII.
Com a descoberta das minas de Bacalhau, em 1704, o arraial sofre um
grande afluxo de aventureiros e já em 1726 o povoado ergue a sua primeira
capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário.
A partir de 1740, um novo templo começa a ser erigido em invocação a S.
António, o padroeiro dos mais antigos povoados da região.
Segundo uma lenda local, uma
imagem do Senhor Morto foi descoberta no sítio onde hoje se situa a igreja.
Resolveu a população guardá-la numa das igrejas então existentes – a de S. António
ou a do Rosário. O intento foi frustrado várias vezes pois a imagem voltava
sempre para o lugar onde aparecera. Ter-se-á assim decidido fazer uma nova
capela para a recolher.
Deste modo foi introduzida pelos portugueses na Capitania das Minas
Gerais, a devoção ao Senhor Bom Jesus do Matozinhos que era uma das mais divulgadas
na época, o que levou os seus devotos a erigirem um novo templo em estilo
jesuítico, que se transformou, em 1786, através de uma bula papal, assinada por
Pio VI, num santuário onde desde a penúltima década do século XVIII se promovem
jubileus quase tão antigos como os de Congonhas e dotados dos mesmos benefícios
espirituais.
Este Santuário do Senhor
Bom Jesus de Matozinhos é a mais tardia edificação religiosa empreendida no
velho arraial. Está implantado sobre uma colina que domina todo o espaço circundante, disposição que segue a tradição arquitectónica portuguesa das capelas de peregrinação devotadas ao Senhor Bom Jesus de Matozinhos.
A construção do santuário
se estendeu por seis décadas (1789-1840) contratando-se a execução do retábulo
da capela-mor na virada dos anos setenta do século XVIII.
Desconhece-se a autoria do
risco da capela, podendo talvez o mesmo ter sido executado por José Coelho da
Silva que ali trabalhou desde o início como carpinteiro de obras. Até fins do
século XVIII e início do XIX, as obras se concentraram na parte arquitectónica,
tendo os trabalhos de ornamentação se iniciado somente a partir da primeira
metade do século XIX.
A composição do frontispício é elegante e bem proporcionada. Quanto à
ornamentação, a documentação mostra-se insuficiente no que diz respeito às
obras de talha mas bastante rica em pintura.
No acervo artístico deste Santuário nota-se a boa qualidade das peças
que vão desde as grandes e sumptuosas imagens do altar-mor, até às “ pequenas de
palmo” dos nichos dos colaterais. O retábulo da capela-mor foi contratado, em 1781, com o entalhador José
de Meirelles Pinto que alterou seu coroamento por volta de 1795.
UMA imagem mais antiga é a do Bom Jesus colocada atrás do altar-mor, da
qual não há referência documental. Sua expressividade e movimentação permitem
identificá-la como obra ainda ligada ao terceiro quartel do século XVIII.
Imagem do Bom Jesus de Matozinhos
O conjunto do Santuário é composto pela igreja e por casas baixas, destinadas a abrigar os romeiros na época das festas. Possuem estas duas pequenas salas contíguas e, aos fundos, uma espécie de varanda, onde se encontra o equipamento básico para a sua utilização: fogão de lenha e mesa.
Conjunto de casas para romeiros
A
Irmandade e o Jubileu do Bom Jesus de Matozinhos.
Não se pode precisar a data
da constituição da Irmandade do Senhor Bom Jesus, sabendo-se, entretanto, que,
em 1871, os irmãos da Mesa contrataram serviços para as obras da capela. Cabe
destacar a presença do Capitão Luiz da Costa Athaíde e de sua mulher Maria
Barbosa de Abreu, pais do mestre Manuel da Costa Athaíde, na constituição da
Irmandade. Dois dos seus outros filhos, Domingos e Antônio, têm também vínculo
documentado com a Irmandade, o primeiro actuando como pintor e dourador e o
segundo, servindo de capelão na localidade durante quase toda a sua vida.
Existe um compromisso da
Irmandade de 16 capítulos que, de um modo geral, se assemelham aos das
Confrarias do mesmo tipo pelo que não os vou passar a expôr em pormenor. De ressaltar, contudo, a particularidade, que
não encontrei em qualquer dos outras, que é o de ser o primeiro a declarar, em
item próprio, não existirem entraves sociais ou raciais para a entrada de
irmãos. Os mesmos estatutos estabelecem
a data dos Jubileus, sem referir se tinham sidos concedidos por Breve
Apostólico:
“Serão obrigados os ditos officiaes da meza a fazer o Jubilêo da
Porciuncula no dia 2 de Agosto, e o de
quinze dias que principiará no dia 29 de Setembro, dia de S. Miguel Arcangelo”.
De acordo com as informações
obtidas através da Prefeitura de Piranga, por intermédio do Arquivo Histórico
Nilo Gomes, a festa anual ao Bom Jesus fixou-se em Agosto, entre os dias 1 e
15. Por documentos de pagamento a
músicos e a sacerdotes para os sermões e confissões, sabe-se que se realiza já
desde o século XVIII.
Relativamente à festa anual aqui e em algumas outras localidades em que o Bom Jesus de Matozinhos é celebrado, existe o interessante costume de alguns romeiros se dirigirem para a festa a cavalo. Grupos de devotos, talvez lembrando as peregrinações dos tempos em que não havia transportes motorizados, organizam-se entre amigos e conhecidos e dirigem-se em cavalgada para o local da festa, percorrendo grandes distâncias. Aqui deixo um exemplo do que acontece em Piranga.
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Matriz
do Bom Jesus de Matosinhos de Pouso Alegre
Desde
1600, um século depois da descoberta do Brasil, a região do Mandu era
conhecida, mas não era explorada, nem oficialmente administrada.
A
beleza topográfica da região, a terra fértil, a abundância de água e a
piscosidade dos rios eram um convite à fixação de colonos na região.
Da ambição dos aventureiros que demandavam a região do Sul de Minas, à procura
de ouro e outras riquezas, nasceu o conhecimento daquele vasto sertão, ainda
desabitado por volta de 1596, quando se deu o primeiro devassamento da bacia do
Alto Sapucaí pelos bandeirantes paulistas. Essas expedições e os raros
aventureiros que por aqui transitavam necessitavam de se orientar, por falta de
informantes, pelas referências geográficas, que por isso ganhavam nomes
inconfundíveis: o Matosinho, hoje Pouso Alegre,
Foi
com a descoberta das minas de Santana, que se iniciou o desenvolvimento do
Matosinho do Mandu, primeiro nome de Pouso Alegre. Durante muitos anos, bem
antes da criação do Arraial de Pouso Alegre e do surgimento da primeira Capela,
os caminhos do Mandu eram passagem e parada obrigatória de diversas caravanas
que iam da cidade de São Paulo para a capital mineira, Ouro Preto.
Muito
antes também, esses caminhos foram desbravados pelos Bandeirantes, que abriram
trilhas para os tropeiros. Uma razão que concorreu bastante para o rápido
povoamento do lugar foi o vau do Rio Mandu existente no local, onde o caminho
cruzava com o rio, que se tornou uma passagem obrigatória, pela qual
transitavam os viajantes que vinham de São Paulo e se dirigiam ao sertão das
Gerais, à procura de ouro e pedras preciosas.
Em
1831, Pouso Alegre alcançou um prestígio tão grande que, quer seja pelo
progresso da povoação, quer seja pela influência política do cónego José Bento,
a sua elevação à categoria de vila se fez naturalmente, sem nenhum esforço por
parte de seus habitantes, no dia 13 de Outubro daquele ano. iniciada a construção de uma capela para dar assistência aos
moradores. Conclui-se em 6 de Agosto de 1799, quando foi rezada a primeira
missa pelo padre José de Mello, substituto do vigário de Santana do Sapucaí,
que passou a ser o seu capelão.
A capela foi edificada à custa dos moradores, e consagrada ao Senhor Bom Jesus
dos Mártires ou do Matozinho. A inauguração da capela com a celebração regular
de atos religiosos pelo capelão, padre José de Mello, vieram trazer nova
animação ao povoado do Mandu, que foi aos poucos adoptando a denominação de Pouso
Alegre. De construção modesta e sem nenhuma arquitectura, a capela era feita de
adobes e coberta com folhas de palmeira entrelaçadas que formavam uma perfeita
esteira. Em frente da capela ficava um pequeno cemitério. Passou a paróquia em
1805 Com o passar dos anos, e com o crescimento da população, a primitiva
capela tornou-se insuficiente, e em fins de 1849 ou começo de 1850, teve início
a construção da nova Matriz, atrás da antiga capela, a qual foi concluída em
1857.
A
Matriz erguida em 1857, tinha um telhado pontiagudo e não tinha torres, e sofreu
algumas reformas, sendo melhorada no princípio do século para a sua elevação a
Catedral.
ANTIGA MATRIZ
Exteriormente
o templo não apresentava grandes lavores artísticos, mas tinha um interior
majestoso: colunas de madeira artisticamente trabalhadas sustentavam a nave; o
tecto, apoiando-se sobre os arcos das tribunas, vistosos e bem ornamentados,
primava pela elegância; no meio da nave erguiam-se, de cada lado, os púlpitos,
de onde se faziam ouvir as palavras de ensinamentos da religião. Para além da
balaustrada que dividia a nave, via-se uma escadaria, coberta por vistosos
tapetes, que levava a um patamar onde ficava o altar-mor e as tribunas do
cabido. O rico altar de madeira era artisticamente burilado e de fino gosto,
onde era venerado o Senhor Bom Jesus, o padroeiro da Matriz. Uma moderna
iluminação a gás acetileno fazia realçar a pintura interior, que apresentava
uma combinação de cores de muito bom gosto. Na noite de 15
de Fevereiro de 1920, esta igreja foi vítima de um grave incêndio que, só por
milagre, destruiu apenas o forro da nave
Para
coroar uma série de realizações, durante o seu episcopado de 43 anos, um dos
bispos, dom Octávio, se propôs a construir uma nova Catedral, tendo em vista a
necessidade de uma reforma urgente da antiga. Optou-se pela construção de uma
nova igreja, dada a vultosa quantia necessária para os reparos, sendo mais
prática e interessante uma nova construção ficando resolvido dar-se início à
construção e adoptar a antiga planta do professor Sachetti, com simplificações.
Em 6
de maio de 1948, dom Octávio benzeu a primeira pedra da nova Catedral e no dia
4 de agosto de 1949 foi inaugurada a primeira parte correspondendo mais ou
menos à metade de todo o templo, podendo acomodar cerca de 1.200 pessoas.
ACTUAL MATRIZ
ALTAR DO BOM JESUS INTERIOR DA IGREJA
FESTA
DO BOM JESUS
Em
Pouso Alegre, a festa do Jubileu celebra-se a 4 de Agosto, aniversário da
Diocese. Do número de Setembro de 2002 do jornal da Paróquia do Bom Jesus
extraí o relato da Festa de 2002:
A
Paróquia Bom Jesus realizou a Novena e Festa do Bom Jesus, entre os dias 28 de
Julho a 6 de Agosto. Durante esses dias, as diversas pastorais, movimentos e
comunidades participaram da celebração das missas, preparadas pelas equipes de
liturgia. Sacerdotes da região foram convidados a presidirem à celebração. A
festa também contou com a parte social, com a quermesse e o bingo, entre os
dias primeiro a sete de Agosto.
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CATAS ALTAS
Situada na região central de Minas, com uma área de 240 kms2 e a 120 kms da capital do estado, Catas Altas tem cerca de 4000 habitantes, dos quais um terço é população rural. Situada junto do imponente e majestoso contraforte da Serra do Caraça, a pequena cidade de Catas Altas abriga a maior parte da Reserva Particular do Património Natural do Caraça, além de outras inúmeras riquezas naturais.
Vista da Serra do Caraça
A cidade possui
também um valioso patrimónionio histórico e uma "mineiridade" quase
intacta, que se revela na religiosidade de sua gente, nos costumes e tradições,
na fabricação de vinho artesanal, na música dos muitos violeiros, no bucolismo
de sua arquitectura e nos antigos quintais, relíquia já em extinção em Minas
Gerais. Mas é também uma cidade onde a actividade mineira é muito forte e já
deixou sequelas ambientais graves.
Em 1712, já se delineava o aglomerado urbano que se
formava ao redor da mineração. A elevação à freguesia, através de medidas da
administração colonial, deu-se em 1718, sendo a paróquia declarada de natureza
colativa e seis anos mais tarde, foi nomeado seu primeiro vigário colado.
Por essa época aí
residiram pelo menos dois irmãos da Confraria do Bom Jesus de Matosinhos de Portugal.
O conjunto arquitetónico barroco
formado não só pela Igreja da Matriz, mas também por casas antigas ao redor da
Praça Monsenhor Mendes, entre outras construções, traz para o presente a
história do passado da pequena e bucólica cidade mineira.
Capela do Bom Jesus de Matozinhos ou do Senhor do
Bonfim
.
Situada
na rua Direita, esta pequena capela data do final do século XVIII.
Construída
em madeira e pau a pique, apesar da simplicidade do interior possui uma fachada
interessante. Já vem registada em Visitações feitas no séc. XVIII por Frei D. José da Santíssima Trindade
Em seu interior tem-se a representação da Paixão de
Cristo em rocaille (elemento usado no estilo rococó), com o açoite, escada,
esponja de fel, coluna, cana verde e a cruz. Nas extremidades tem-se mais
quatro rocailles, onde se inserem a coroa de espinhos, cravos, martelo e
turquês. A arquitetura da Capela, do século XVIII, é despojada e simples, tendo
no altar a escultura de Cristo Crucificado. Usada para velórios, mas também
para reunião de grupos de orações.
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Bom Jesus de Matozinhos de Couto de Magalhães de Lima
O início do povoamento data de 1725, quando
Sebastião Leme do Prado, em busca de ouro e diamantes, assenta acampamento
próximo às margens de um rio sereno e cristalino, que recebe o nome de rio
Manso. O povoado, de mesmo nome, localizava-se em uma área estratégica e
propícia ao comércio, por ser passagem obrigatória das tropas (único transporte de cargas utilizado na
época) utilizando a estrada de ligação com outras regiões.
Incluído na área do Distrito Diamantino, após
1734, o arraial teve, durante todo o período colonial, seu crescimento contido
pela rígida administração imposta na área e pelo monopólio real sobre os
diamantes, que limitava a participação nos benefícios e lucros da sua extracção.
Em 1839, foi o povoado elevado a distrito do
município de Diamantina, sendo a freguesia criada em 1853. Teve sua denominação
alterada de Rio Manso para Couto de Magalhães, no ano de 1938, tornando-se
município autónomo com a criação da cidade, em 1962. de cargas utilizado na época) utilizando a estrada de ligação com outras regiões.
Da época do apogeu da exploração dos
diamantes, restaram duas importantes igrejas coloniais na cidade: a Matriz,
dedicada a Nossa Senhora da Conceição e a pequena capela do Bom Jesus de
Matozinhos.
A capela do Bom Jesus está situada numa praça com dois renques de jacarandás
paralelos às suas fachadas laterais. Tem o partido bem simples, com nave e
capela-mor de
menor largura, separadas pelo
arco-cruzeiro, sacristia nos fundos e coro.
Capela do Bom Jesus de Matozinhos - anterior a 1807
A construção é em taipa, possui cunhais e
enquadramentos dos vãos em madeira e cobertura de duas águas guarnecida por
beirais em cachorros. A torre, única, de secção quadrada, é central e de
madeira, tendo a cobertura em forma piramidal de telhas coroada por uma esfera
armilar.A fachada, com os vãos distribuídos da maneira tradicional. Mostra
portada com vedação almofadada e sobreporta trabalhada, com graciosa decoração
de relevos em madeira policromada, no estilo das igrejas de Diamantina, e ladeada
em diagonal, na altura do coro, por duas janelas rasgadas por inteiro, de
postigo sobreposto, dando para sacadas isoladas com guarda-corpo de ferro
batido.
Interior da capela
Altar-mor com a imagem do Cristo
Como
habitualmente na região de Diamantina, apenas a capela-mor teve completada sua decoração
interna, congregando talha e pintura em ambientação unitária. O retábulo, de
colunas rectas e dossel, é simples mas de boa qualidade, podendo datar dos
finais do século XVIII. Sua cimalha
prolonga-se nas paredes laterais da capela-mor, servindo de moldura natural à
pintura do forro, como nas igrejas diamantinenses. Esta pintura é bastante interessante, pois constitui um dos melhores
exemplos mineiros de reinterpretação popular dos padrões eruditos de pintura
perspectivista do ciclo rococó.
Além da do padroeiro, a capela conserva ainda algumas imagens antigas, tal como a de Nossa Senhora do Rosário, no altar lateral da esquerda.
Altar de N. Senhora do Rosário
Não consegui
obter nenhuma informação sobre a existência de alguma festa ao Bom Jesus de
Matozinhos. A maior solenidade local é a
de Nossa Senhora do Rosário que se realiza na capela do Bom Jesus, por
coincidência estranha no mesmo dia em que se festeja o jubileu de Congonhas –
14 de Setembro. A escolha desta data poderá significar a junção da festas das duas devoções.
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MATRIZ DO BOM JESUS DE MATOSINHOS DE JESUÂNIA
Só em 1749 é
que aparece, pela primeira vez, o nome de um morador na região. Trata-se de
Manuel Vieira(...). Manuel Vieira era natural de S. Pedro de Freitas, comarca
de Guimarães no Arcebispado de Braga, e filho de Gervásio Vieira e de Catarina
Gomes. Casou com uma rapariga local, Teresa Corrêa.
Em 1753 surge a
distinção entre Lambari de Cima e Lambari de Baixo, prova de que
iam aparecendo moradores em ambas as partes da estrada.
Desde 1755, é
conhecido o sítio do Lambari, de onde se originou o núcleo populoso, actual
Jesuânia.
Quando da
descoberta das fontes de água mineral de Águas Virtuosas, o Arraial de Lambari,
às margens do rio do mesmo nome, já crescia e prosperava.
Em 1816 o Alferes José Inácio de Mira com sua mulher foram vendedores
de um campo a António Xavier Mariano, procurador nomeado para a construção da
capela do Senhor Bom Jesus .Em 1826, os mesmos venderam uma porção de terras, na fazenda de S. Rita
do Lambari, ao procurador da Capela do Bom Jesus do Matozinhos do Lambari,
António Xavier Mariano, para património da referida capela, o que nos revela a
sua devoção. Com o tempo e o crescimento do lugar a primitiva Capela deu origem
à primeira catedral, substituída pela monumental obra arquitetônica dos nossos
dias.
A primeira
Matriz terá sido concluída em 1885 e sagrada em 1886.
Altar do Cristo
Durante a Semana Santa são feitas na igreja do Bom Jesus importantes
cerimónias quaresmais de que se destaca a encenação da Paixão, cujos
personagens são encarnados por destacados actores da TV brasileira.
Como já foi referido a festa ao Bom Jesus de Matozinhos realiza-se a 5
de Agosto. Segundo as informações locais
é um dos eventos mais celebrados localmente. Contudo não consegui obter
pormenores da festa.
Aproveito para aqui
deixar o meu agradecimento, se bem que atrasado, ao Senhor bispo de Campanha, D. Frei Diamantino de
Carvalho, Bispo de Campanha, que muito me ajudou no estudo de Jesuânia através
dos documentos que me enviou na altura em que eu estava a escrever o livro que serve de base a este blog.
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Cana Verde
Por volta de 1800, a região era explorada pelo
português Romão Fagundes do Amaral, e denominava-se Matozinhos do Jacaré.
Posteriormente, Manoel Fernandes Airão chega às terras e passa a trabalhar como
contador do português. Juntos, iniciam o plantio da cana-de-açúcar e
desenvolvem também o cultivo de cereais. Após algum tempo, ao receber terras
através de sesmarias, o contador enriqueceu-se, recebeu o título de Conde e
doou o terreno para a construção da primeira capela dedicada ao Senhor Bom
Jesus de Matozinhos.
Igreja do Bom Jesus de Matozinhos de Cana Verde
Segundo
informações da Prefeitura local, a
pequena capela que Manuel Fernandes Airão levantou terá sido rapidamente
substituída por um templo maior:
“A fundação
deste povoado deu-se por volta de 1850, altura em que chegou à região Dona Maria do Rosário da Conceição (matriarca
da família Anastácio Barbosa), com seus familiares e escravos. À sua ordem, estes
construíram uma capela na parte mais alta da região, onde havia um canavial verde,
o que deu origem ao nome do município. E no pequeno arraial as primeiras
famílias foram se entrelaçando. Com o aumento da população foi edificado no
local da capela um templo maior – uma Igreja Matriz."
Igreja do Bom Jesus de Matozinhos de Cana Verde
Segundo
informações da Prefeitura local, a
pequena capela que Manuel Fernandes Airão levantou terá sido rapidamente
substituída por um templo maior.:
“A fundação
deste povoado deu-se por volta de 1850, altura em que chegou à região Dona Maria do Rosário da Conceição (matriarca
da família Anastácio Barbosa), com seus familiares e escravos. À sua ordem, estes
construíram uma capela na parte mais alta da região, onde havia um canavial verde,
o que deu origem ao nome do município. E no pequeno arraial as primeiras
famílias foram se entrelaçando. Com o aumento da população foi edificado no
local da capela um templo maior – uma Igreja Matriz.
Antiga Matriz
Capela-mor da antiga Matriz
“ Em 24 de Dezembro de 1874 foi criado o Arraial do
Senhor Bom Jesus da Canna Verde, pela Real lei provincial nº2087. Nesse mesmo
dia foi criada a paróquia do mesmo nome, pela lei provincial nº2086, ficando a
pertencer à diocese de Mariana.
O primeiro baptizado que se celebrou na
nova paróquia foi o de um filho de um casal escravo a 23 de Abril de 1876.!
A imagem do Senhor Bom
Jesus de Matozinhos foi esculpida em estilo barroco mineiro por Francisco
Borgônio de Meneses.
Embora a imagem
do Sagrado Coração de Jesus oculte o pormenor, esta imagem apresenta os pés
pregados separadamente, à semelhança da imagem portuguesa original e da maioria
das brasileiras ligadas à mesma devoção.
O mesmo se passa no que diz
respeito ao rosto do Cristo que apresenta
um olho para o céu e outro para a terra
Desde
a época da sua inauguração, em 1874, até à primeira década deste século, havia
em volta da igreja um muro de pedra, o Adro, dentro do qual ficava o cemitério
.
Segundo o professor Vicente
Barbosa, há uma curiosa lenda acerca desta imagem:
O arraial
do Senhor Bom Jesus da Cana Verde fazia divisa com o Arraial do Senhor Bom
Jesus dos Perdões (13 kms). Numa época de grande seca na região, estas duas
comunidades fizeram duas procissões durante a qual se procedeu à troca das duas
imagens (a de Cana Verde pela de Perdões) no meio do caminho. Logo depois
choveu.
Nova Matriz
A Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de
Matozinhos, constitui parte fundamental do conjunto histórico, social,
arquitectónico e cultural do Município de Cana Verde Estado de Minas Gerais,
situada no centro da Praça Governador Magalhães Pinto.
Vista geral da cidade com a igreja Matriz no centro
Jubileu
Como
em Congonhas, também em Cana Verde a festa do padroeiro se realiza no dia 14 de
Setembro sendo comemorada com alvorada da banda de música, fogos, repiques de
sino, procissão, leilões e animadas barraquinhas.
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Um agradecimento especial a
Vicente Freire Barbosa, professor e historiador local que, desde o primeiro contacto feito há mais de 12 anos, sempre me fez chegar informações preciosas que muito contribuíram para a elaboração do meu livro "Rota de
FÉ". Sem o seu apoio o capítulo dedicado a esta igreja e a esta cidade, o teria ficado bem mais
pobre. Um abraço
BOM JARDIM DE MINAS
A
história do município começa com a construção, pelo Capitão António Pereira
Lacerda, de uma capela em homenagem ao Bom Jesus, que recebeu provisão
eclesiástica em 1 de Maio de 1755 . A exemplo do que normalmente ocorria no
período colonial, o núcleo habitacional do povoado desenvolveu-se ao seu redor.
Em 1790, o português
Manuel Arriaga, juntamente com outros elementos separados, como ele, dos
restantes mineradores portugueses que exploravam as margens do Rio Grande,
receberam no seu arraial António Correa de Lacerda, com sua mulher D. Ana de
Souza Guarda, que aí se instalaram e
organizaram uma fazenda, onde começaram a cultivar melhor a terra e incentivar
a indústria pastoril. Em 1856, dessa Fazenda Bom Jardim surgiu um grande
arraial que foi denominado “Arraial do
Senhor Bom Jesus do Bom Jardim” nome originado pelo bem organizado jardim
da fazenda. Esta freguesia, com uma pequena capela filiada à paróquia
de Turvo, ficou independente desta, em 2 de Maio de 1857 e desde então é
paróquia.
O patrimônio da capela foi doado por Antônio Corrêa de
Lacerda e sua esposa, em 12 de Fevereiro de 1892. Esta capela chamada então do
Senhor Bom Jesus foi mais tarde a primeira Matriz do Senhor Bom Jesus do Matozinhos.
Fotografia antiga da primeira Matriz do Bom Jesus de Matozinhos
O cemitério do arraial que era
construído na parte baixa do arraial foi transferido para junto da capela, solenemente benzida em 22 de Setembro de 1908. Já existia
o adro protegendo a capela conforme documento original da construção pelos
escravos
E é até hoje o mesmo. Sofreu
reformas, aumentos conforme as necessidades. As pedras que cercam o mesmo foram
de uma fazenda de um lugar chamado São Lourenço perto de Santa Rita de
Jacutinga, transportadas por carros de bois.
Imagem do Bom Jesus no altar de velha Matriz
A construção desta capela teve três fases: por ocasião da fundação da Fazenda Bom Jardim, em 1857; em 1900, um novo aumento; em Dezembro de 1915 terminou a torre que na época era
um serviço arrojado. Dez anos depois nova reforma trazendo conforto à
comunidade católica.
Se bem que
o texto nos fale sempre desta Matriz existe uma outra muito mais moderna, que
veio substituir a antiga por necessidade de mais espaço para a prática
litúrgica. Felizmente, e ao contrário do que sucedeu em outras cidades de Minas
Gerais, a sua construção não implicou a demolição da anterior. Trata-se de um
templo cuja primeira pedra foi lançada
em 7 de Julho de 1969, tendo as obras de construção começada duas
semanas mais tarde, em 23 de Julho.
Foi sagrada
e aberta ao público no dia 15 de Agosto de 1971.
Nova Matriz de Bom Jardim de Minas
No que diz respeito à imagem do Bom Jesus
consegui, pela mesma fonte, uma fotografia acompanhada por uma curiosa
descrição. Assim Segundo José Marinho de Araújo
O nosso padroeiro Senhor Bom Jesus de Matozinhos foi esculpido em 1781,
segundo um historiador e restaurador oficial de São João . Ele foi feito em
cedro vermelho, coberto de pele de carneiro e emassado com massa de primeira
qualidade.
O artista que o esculpiu teve um erro ao fazê-lo: o fez com quatro
cravos. O correcto em todas as Imagens do Cristo crucificado são três cravos: um
na mão direita, outro na esquerda e um nos pés, sobreposto ao outro Seus olhos são feitos de marcassita, um
olhando para a terra e outro para o céu.
O autor do texto
revela contudo total ignorância sobre a tradicional forma de representação dos pés do
Bom Jesus de Matosinhos. Será que localmente pensam que esta é a forma correcta da
Imagem original e que a imagem deles está errada?
Nada mais incorrecto pois a verdade é que a verdadeira imagem do Bom Jesus de Matosinhos portuguesa está pregada com dois cravos, portanto com os pés separados.
Festa anual
A festa anual que me informaram ser muito concorrida, celebrou-se durante muitos anos entre 13 e 15 de Agosto.
Actualmente por determinação do Conselho Paroquial passou para o 2ª domingo de
Agosto (dia do Pai no Brasil).
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SABARÁ
A capela do Bom Jesus
Quando o
ermitão da irmandade portuguesa do Bom Jesus de Matosinhos, João Alvares de
Carvalho andou a pedir por Minas na primeira metade do século XVIII esteve em
Sabará e já havia então portugueses ali a residirem. Não há conhecimento de
nessse tempo ali existir qualquer templo da devoção àquela imagem. A primeira
notícia sobre a capela agora ali existente
é de 1867, quando o viajante inglês Richard Burton, na sua visita a
Sabará, escreveu a propósito dela: No cimo do morro, à direita, eleva-se um
objecto muito comum em Minas, o cruzeiro alto e negro, em frente a pequena
capela branca – alvo de peregrinações. Este Morro da cruz está a 2.800 pés, ou
mais exactamente 858 metros acima do nível do mar.
Sobre a sua fundação, Zoroastro Viana
Passos, diz que foi no século XIX que se ergueu No
Monte da Cruz (que se dizia o Monte Glorioso), e sob o patrocínio, entre
outros, de Teotónio Rodrigues Dourado, abastado comerciante português, e às
vistas da Irmandade do Rosário, a capelinha da Cruz.
Vista frontal da capela
Vista lateral do conjunto
Trata-se de uma
capela muito simples, valorizada pela sua situação num sítio elevado, de ampla
e agradável perspectiva. Tem planta planta rectangular, com duas salinhas
projectadas lateralmente à capela-mor que servem de sacristia.
A estrutura da
nave foi construída em alvenaria de tijolos. O piso actualmente está cimentado
e o forro é de tabuado liso. Não tem púlpitos. O coro apresenta uma balaustrada
rústica de madeira. De interior bastante pobre, tem dois modestos nichos nas
paredes à maneira de altares.
Nave e coro
Altar-mor
A cobertura do corpo principal é em duas
águas e as paredes caiadas. A fachada tem cunhais e empena em massa, beiradas
de cimalha pobre, pintadas a óleo e a cal. Vãos também enquadrados em massa,
com vergas em arco batido. As portas principais e as laterais possuem almofadas rústicas. As duas janelas
da frente estão rasgadas por inteiro, com balaústres de madeira na altura do
coro e pequeno óculo na empena. Não tem torres. Em seu lugar há uma pequena
sineira vazada numa das paredes laterais.
Nesta
capela há registos de duas manifestações religiosas anuais. Uma delas é a
Via-Sacra das Dores que se celebra às 4h de Sexta-feira Santa em que os fiéis,
transportam em procissão a imagem de Nossa Senhora das Dores e durante a
caminhada revivem os Passos da Paixão de Cristo. Este tipo de cerimónias
acontece um pouco por todo o lado em Minas Gerais e é uma prática comum das
igrejas da devoção ao Bom Jesus de Matosinhos.
Ao longo do caminho do percurso das procissões
existem curiosas capelinhas denominadas Passos que são elementos
importantes na arquitectura religiosa local.
A outra festa é a que se realiza
em louvor da Santa Cruz, em Setembro, na mesma
época do grande jubileu de Congonhas.
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2 Igrejas Matrizes do Bom Jesus de Matozinhos em Campo
Belo
Em
passado bastante remoto, existia onde hoje se localizam as Praças Minote Áurea,
Cônego Ulisses e Rui Barbosa, um campo alegre e formoso, cercado por mato
fechado. Esse campo e esse mato eram cortados pela estrada real que demandava à
povoação de Candeias. Esse local de pouso, transformou-se em povoação, em arraial, em vila e em cidade, segundo reza a lenda
que de boca em boca vem do século 17 até os nossos dias. O nome de Campo Belo
daquela clareira teria sido dado por Romão Fagundes do Amaral, o qual, ao avistá-la,
deslumbrado com sua beleza, exclamou: “Que Campo Belo!” Mas a primeira
denominação oficial do povoado que se formava foi “Ribeirão São João”, motivada
pelo ribeirão ali existente. Onde se situa a cidade de Campo Belo, segundo tudo
indica, era uma zona inteiramente inabitada, e que o território fora outrora
refúgio dos temíveis “Cataguases” que fugindo à tenaz perseguição do audaz
bandeirante Feliz Jacques, refugiaram-se nos sertões de Tamanduá e de Piuí,
conforme conta Diogo de Vasconcelos em “História Antiga”. Em fins de 1675,
Lourenço Castanho – O Velho, penetrando o sertão agreste à frente de forte
bandeira, desalojou os indígenas, perseguindo-os liquidando-os em princípio de
1676”. Ficaram assim desembaraçadas as terras do Oeste de Minas, para que nele
penetrassem os bandeirantes. Possivelmente, dessa época, deve datar o início da
civilização nas terras em que se veio fundar mais tarde o Arraial do Senhor Bom
Jesus de Matosinhos de Campo Belo. Segundo a lenda da fundação de Campo Belo,
foram alguns componentes de uma caravana chefiada por Romão Fagundes do Amaral,
no princípio do século XVIII, as primeiras pessoas que se fixaram ali,
seduzidas pela flora exuberante da região
e certamente com o fim de se dedicarem ao cultivo da terra. Mais tarde,
chegava a Campo Belo Catarina Parreira vinda de Suaçuí, em Minas, segundo uns,
de Portugal, segundo outros, trazendo em sua companhia alguns filhos e muitos
escravos. Logo que chegou, D. Catarina fundou, a uma légua e meia da clareira
denominada “Campo Belo”, a fazenda dos Parreiras. Cerca de dez anos após a sua
chegada, Dona Catarina, católica fervorosa, deu início às obras de igreja do
Bom Jesus de Matosinhos, no meio da
mata, aproveitando para isso a grande clareira. Apesar de história oral contar que a Igreja
fora iniciada em 1720 a só terá sido provavelmente construída a
partir de 1774, pois, segundo documento assinado pelo Padre Vicente Lopes, que
aqui viera para fazer baptizados, em Março de 1773, “não havia então Ermida no
lugar de Campo Belo”. Catarina Maria, pela sua inteligência e habilidade
política, além de fervorosa cristã católica, participou activamente da vida do então
Povoado do Ribeirão São João (primeiro nome de Campo Belo), especialmente na
continuidade da construção da Igreja do Senhor Bom Jesus do Matosinhos,
trabalho para o qual dispensou sua influência
e seus escravos, tendo ainda, contratado Francisco Gorgónio de Meneses,
discípulo do Mestre Aleijadinho, para a montagem do Altar-Mor, frescos e
colocação do sino que viera da Europa. Esta igreja ainda existe e é conhecida
como Velha Matriz
Imagem original do Bom Jesus de Matosinhos
Com
a construção da capela, deu-se início à formação do arraial, que posteriormente
se transformaria em cidade. O distrito “Arraial” foi criado pelo Alvará de 24
de Setembro de 1818.
(Fonte: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros – Volume XXIV ano 1958).
Velha Matriz- séc. XVIII
Dado o envelhecimento e deterioração desta Igreja foi construída uma nova, a Nova Matriz :
A construção desta possibilitou o restauro que se fez na antiga, sem parar o culto. Praticamente terminado essa recuperação vejamos agora como se apresenta a antiga que acaba de ser reaberta:
Festa do Senhor Bom Jesus de Matosinhos
Como na maior parte das igrejas desta devoção as cerimónias
religiosas e profanas deste padroeiro realizam-se entre 7 e 14 de Setembro.
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ITAPECERICA
De 1676 até 1735 o padroeiro de Itapecerica (antiga Tamanduã) foi o Bom Jesus de Matosinhos. Depois passou a ser S. Bento por causa de uma praga de bichos venenosos.
A Capela do Senhor Bom
Jesus de Matozinhos de Itapecerica foi construída entre 1797 e 1979 no arraial
de Nossa senhora de Candeias, da freguesia de S. Bento de Tamanduá. O processo teve início
através de um requerimento dos fiéis moradores dirigindo-se ao ouvidor de São
João Del-Rei no qual os moradores de Nossa Senhora das Candeias, freguesia de
São Bento do Tamanduá, queriam edificar uma ermida do Senhor Bom Jesus do
Matozinhos, pedindo para isso a competente licença, sem prejuízo dos direitos
paroquiais. O ouvidor, apoiado na informação do vigário de Tamanduá, que
considerou “justa a pretensão dos suplicantes”, concedeu a licença. Foi então
designado para Candeias, em 1793, o Padre Antônio Ferreira de Miranda onde
ficou 40 anos, de 1793 a 1833. Foi responsável pela ereção das novas capelas de
Bom Jesus de 1797 a 1799 e de Nossa Senhora dos Pretos que se iniciou em 1795 e
foi concluída em 1820. Pe. Antônio a usava sem o reconhecimento canônico cujo
processo se iniciou só em 1802. Um atestado de 7 de dezembro de 1809 já afirma estar
edificado no arraial de Candeias, com esmolas dos fiéis de Deus e o seu
trabalho, um templo com invocação do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, cuja
ermida estava com o asseio necessário
para celebrar nela o Santo sacrifício da missa e mais festividades costumadas.
Não se sabe ao certo a data da provisão, porquanto já se tinham tornado
tradicionais as festas jubilares do Senhor Bom Jesus, com notável afluência de
romeiros de toda a parte. Em 1814 o distrito de Senhor Bom Jesus já contava com
mais de 600 habitantes. Além das festas anuais, consagradas ao padroeiro,
outras especiais se realizavam merecendo destaque as das solenidades da Semana
Santa.
O encarregado de as organizar era o zelador da capela com o apoio dos confrades
e mais devotos sendo presididas pelo capitão-cura, após autorização do vigário
da vara.É possível que o património do Senhor Bom Jesus tenha sido formado
aproximadamente no ano de 1810, época em que, os confrades pediram ao então príncipe
Regente D. João que lhes concedesse autorização e confirmação para uso da
capela. No interior da Capela, em 1826 já havia o painel do Cristo
ressuscitado, no tecto, como ainda de quatro evangelistas, verdadeira maravilha
de arte que causava admiração aos visitantes.
O zelador, Manoel José de Oliveira, contratou os serviços de pintura do pintor
José Antônio Cipriano de Almeida Lara para pintar a capela-mor do Senhor Bom
Jesus, tendo como detalhe pela declaração datada de 10 de outubro de 1826, que
não levasse ouro nem óleo mas uma pintura perfeita com boas tintas. A devoção
ao Senhor Bom Jesus então tornou-se muito popular. Em 1878, a Irmandade do
Senhor Bom Jesus, já separada do patrimôónio da Senhora das Candeias, que tinha
mesa composta por Juiz, tesoureiro e secretário, passava por angustiante crise
financeira, e a Capela necessitava sanar graves problemas tais como consertos
do telhado e renovação das alfaias. O tecto e paredes estavam em estado ruim de
conservação. Foi então que o procurador e zelador da capela, Domiciano José de
Castro Sena, requereu e obteve do bispo de Mariana, Dom Antônio Ferreira
Viçoso, licença para dispor dos bens em hasta pública, cujo produto seria
aplicado nas obras em questão. O arrematante foi o tenente José Marques da
Silva, pai do Coronel Antônio Marques da Silva, em troca da mão-de-obra a ser
paga por ele. A elevação de capela do Senhor Bom Jesus à dignidade de Santuário
deu-se no pontificado de Gregório XVI.
Presume-se que o acto por ele assinado, que concedeu à dita capela as honras de
santuário, tenha sido em data anterior a 1834 , ano que se realizou ali um dos
mais solenes jubileus, entre 7 e 14 de Setembro.
A segunda noticia sobre
os tradicionais Jubileus de Candeias, data de 1923 e tiveram sua renovação
através do Pe. Dionísio Francisco das Chagas. Realizaram-se neste ano dois
Jubileus a 3 de Maio e 14 de Setembro. Os Jubileus eram marcados pelas recepção
aos romeiros e irmandades que se apresentavam para receber as graças do Senhor
Bom Jesus e por grandiosas festas de
encerramento com missa solene, procissão e novenas. Com o correr dos tempos
extinguiu-se este importante jubileu e cessou este movimento de romarias ao Bom
Jesus de Candeias. Até 1904 a capela esteva desprovida de torres e possuía
naves laterais. Neste ano iniciou-se a construção da torre.
Antigo Santuário do Bom Jesus de Matozinhos de Itapecirica
Em 1933, numa nova reforma, este
belíssimo templo, outrora centro de tradicionais peregrinações,
descaracterizou-se pela retirada de suas naves laterais.
Actual igreja do Bom Jesus de Matozinhos de Itapecerica
Imagem do Bom Jesus de Matozinhos de itapecerica
(Fonte : http://www.candeias.mg.gov.br/historiaigrejabomjesus.htm)
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Igreja do Bom Jesus de Matozinhos de Pedra do Indaiá
O município de Pedra do Indaiá foi criado em 30
de Dezembro de 1962 e instalado em 1º de Março de 1963, quando se desmembrou de
Itapecerica a qual pertencia. Pedra do Indaiá esta localizada a 170 km da
capital Belo Horizonte, em uma belíssima região cercada por morros, ampara
belas cachoeiras e paisagens deslumbrantes do cerrado mineiro. No alto de seu
maior morro existe a Capela de São Miguel, erguida por um fazendeiro da família
Silva no ano de 1729. Nesse local, foi encontrada a imagem do Senhor Bom Jesus,
que havia sido escondida por bandeirantes, que a roubaram no município vizinho:
Itapecerica. A capela foi abandonada e por isso seu tecto e partes de suas
paredes construídas de pedra caíram ao chão e logo o seu interior foi usado
como cemitério da família Silva, onde várias pessoas estão sepultadas. Com o
passar dos anos e com a chegada ao município do (já falecido) Padre Miguel
Rodrigues dos Anjos, foi restaurada, em Setembro de 1982, com a ajuda da
população.
Igreja do Bom Jesus de Matozinhos
Altar-mor
Hoje, é um ponto turístico da cidade e o seu restauro é comemorado todos os anos no
primeiro domingo de Setembro (data de sua reinauguração) numa comemoração que
atrai romeiros de toda região para participar da chamada "Festa da
Igrejinha".
Em 1952, foi celebrado o primeiro Jubileu do
Senhor Bom Jesus, pelo reverendíssimo Padre João Bruno Barbosa, que dirigiu a
paróquia da cidade durante 12 anos. Essa festa é celebrada todos os anos de 1a 14 de Setembro em homenagem à milagrosa
imagem. Os dias mais importantes são de 0 a 14, à semelhança de Congonhas.
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LAGOA DOURADA
O povoamento local começou por volta de 1625, quando a bandeira
comandada por Oliveira Leitão descobriu ouro nas águas de uma pequena lagoa. Ao
encontrarem ouro de aluvião na lagoa, os primeiros mineradores a chamaram de
"Alagoa Dourada". Então, nasceu o povoado e as casas foram subindo a
colina. Por volta de 1717, a região já estava bem povoada e o arraial foi se
formando com a chegada de novos "oureiros". Em 1734, Dom Frei Antônio
de Guadalupe ergue, então, uma capela dedicada a Santo Antônio. Em 1750, o
arraial é elevado a "Distrito da Paz". O coronel Antônio de Oliveira
Leitão às suas custas, construiu um caminho novo que ligava São João del rei a
Ouro Preto, passando pela então Alagoa Dourada, onde morava desde 1713.
Demolida a antiga capela, construída em 1734, iniciou-se a construção da Matriz
em 13 de julho de 1850. Muitos anos paralisada a construção foi reiniciada em
20 de junho de 1899, tendo sido contratado o empreiteiro Augusto Buzattii, italiano que se mudou para esta cidade.
Em 1832, o nome original de Alagoa Dourada é alterado para Lagoa Dourada, uma
referência à lagoa ali existente, muito rica em ouro.
Igreja do Senhor Bom Jesus de Matozinhos
A antiga capela do Senhor do Bom Jesus foi destruída, em 1905, por vandalismo. A nova igreja, mal construída, começou a ruir e novamente foi fechada. Só em 30 de maio de 1911 foi iniciada uma nova construção, feita também pelo empreiteiro Augusto Buzatti
Actual Igreja do Bom jesus de Matozinhos
Acompanhando a subida para a Igreja do
Senhor Bom Jesus, estão painéis com os passos da Via Sacra aplicados em
graciosos muretes construídos de tijolinhos. Na Semana Santa, comunidade e
visitantes participam ali dos rituais religiosos da Paixão de Cristo. Apesar da
edificação ser simples, pode-se notar em sua fachada principal um certo apuro
no frontão, bem como nos guarda-corpos de metal trabalhado das três
janelas rasgadas por inteiro que se abrem para o coro. Acompanhando a
subida para a Igreja do Senhor Bom Jesus, estão painéis com os passos da Via
Sacra aplicados em graciosas muretas construídas de tijolinhos. Na Semana
Santa, comunidade e visitantes participam ali dos rituais religiosos da Paixão
de Cristo. Apesar da edificação ser simples, pode-se notar em sua fachada
principal um certo apuro no frontão, bem como nos guarda-corpos de metal
trabalhado das três janelas rasgadas por inteiro que se abrem para o
coro. Em 1921, no Livro de Tombo nº 2 (p. 11) encontram-se as seguintes
informações: Que a construção da actual igreja, sucessora da antiga demolida em
1905, começou com a colocação da primeira pedra em 04/09/1909 e o início das
obras se deu em 15/10/1909.
Mas as obras foram logo paralisadas e o seu reinício
foi realizado por contrato de empreitada. Esse contrato existe como
documento avulso do Arquivo Paroquial e foi celebrado entre o empreiteiro
Augusto Buzatti e Joaquim Alves da Trindade, representando o Pe. Antônio
Cardoso Damasceno.
A finalidade do contrato não era a reforma da capela,
mas sim a sua construção, discriminando todos os serviços a serem feitos. A data
do contrato é de 29/05/1911 e o valor da empreitada foi de 3:000$000, ou seja,
três contos de réis.
2 perspectivas do altar mor
BUZATTI, Dauro José. Lagoa Dourada 300 Anos - Síntese Histórica. 1ª ed.
Belo Horizonte, 2011
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2 CASOS ESPECIAIS E COM UM CERTO MISTÉRIO
Uma Imagem do Bom Jesus de Matozinhos em Lavras
"Onde há provisão registada na “Instituição
das Igrejas do Bispado de Mariana”, de 1768, para uma capela do Bom Jesus que não
existe, mas de que há uma imagem dele num Museu
Cerqueira
Falcão, na sua obra sobre o santuário de Congonhas, cita uma lista de igrejas
do Bom Jesus de Matozinhos, que o Cónego Raimundo Trindade apresenta no seu livro Instituição de
Igrejas no Bispado de Mariana, como tendo recebido autorização
eclesiástica para serem fundadas. Entre elas está uma capela, em Lavras do Funil,
que teria recebido provisão em 23 de Agosto de 1768.
A
antiga vila de Lavras de Funil está na origem da actual cidade de Lavras, no
Sul de Minas Gerais. Desde o primeiro momento da pesquisa foi impossível
localizar a igreja através da Internet pois nenhum sítio local a referia. Fiz
várias tentativas de contacto com pessoas
cujos endereços de correio electrónico me apareciam em páginas de Lavras
e todos quantos me responderam concordavam em que a igreja não existia. Porém,
um deles, o Dr. Jardel da Costa Pereira, professor de História, referiu-me a
existência de uma imagem do Bom Jesus de Matozinhos numa igreja local
transformada em Museu–Sacro: a Igreja do Rosário.
IGREJA MUSEU DO ROSÁRIO
Munida desta informação,
pus a questão, por fax, ao Prefeito Municipal de Lavras, Dr. Carlos Alberto
Pereira, que, após consulta à Superintendência da Cultura da Secretaria
Municipal de Educação, Cultura e Desporto, amavelmente me enviou a resposta
desta departamento que dizia o seguinte:
Em
atendimento à solicitação de V. Sª., estou encaminhando os dados referentes à
história do nosso Município e à igreja do Rosário.
Com relação à imagem citada na correspondência
da historiadora Isabel Lago Barbosa, a informação que obtive é de que a nossa
imagem do Senhor Bom Jesus da Cana Verde é também a do Bom Jesus de Matozinhos;
quanto à capela dedicada ao seu culto não obtive qualquer informação que
comprovasse tal culto em nossa cidade (...).
Atenciosamente
Homero Carvalho Faria
Assim, embora não havendo igreja havia pelo
menos uma imagem que, juntamente com a autorização eclesiástica para a fundação
da capela, sugeria a existência de uma devoção ao Bom Jesus de Matozinhos na antiga Lavras do Funil, muito
tempo antes deste arraial se ter tornado cidade e cuja lembrança se terá
perdido no tempo.
Outra grande dificuldade foi obter uma fotografia da
imagem. Como qualquer outra peça de museu deverá estar proibida a sua
reprodução. Tendo solicitado um exemplar à direcção do Museu, nunca obtive
reposta. A sorte, porém, fez-me encontrar na Net uma pessoa com um espírito de
solidariedade profundo, a S. Dra. Márcia Bento Rosa da Silva, bibliotecária da
Universidade Federal de Lavras, que, através de contactos pessoais, conseguiu uma foto que me enviou. Contudo,
para meu espanto, tratava-se de um Cristo da Cana Verde, representação que não
coincide com a do Bom Jesus de Matosinhos que é a de um crucificado. Mas pensando tratar-se de uma uso local, assim a
publiquei no meu livro. Mas não fiquei convencida e passei os últimos 10 anos a
procurar a imagem certa.
É difícil explicar porque há
provisão eclesiástica e imagem e não há igreja ou capela. Poder-se-ão colocar
algumas hipóteses. A primeira é de que a provisão eclesiástica dissesse
respeito não a um templo, mas sim a um altar numa igreja que poderia ser exactamente
a Igreja do Rosário visto que ela era a Matriz de Lavras de Funil, em 1768. A
segunda, é de que a provisão se referisse efectivamente a uma capela, para a
qual se tivesse encomendado a Imagem, mas que não se tivesse chegado a
construir, tendo a Imagem sido guardada na Matriz. A terceira poderá ter a ver
com uma possível demolição da capela, facto frequente em Minas Gerais. Só uma
pesquisa mais profunda e feita no local poderia revelar o que realmente se
passou
Ao longo destes anos
persisti na solução do problema. Por isso tomei conhecimento que a Igreja Museu
sofreu obras de restauro e que estava aberta ao público. E numa das vezes que
ataquei a pesquisa fui surpreendida por um altar com um Bom Jesus com as
características dos nosso. Pedi para lá uma foto mas não obtive resposta. Contudo não desisti e através da minha corrente de amigos mineiros e da minha teimosia chegaram-me finalmente duas belíssimas imagens tiradas pelo Marcos Barbosa a quem aqui deixo expressos os meus agradecimentos muito especiais.
Altar do Bom Jesus do Museu Sacro do Rosário
Imagem do Bom Jesus do Calvário do Museu Sacro do Rosário
Não posso garantir com total segurança que esta imagem tenha sido venerada em alguma igreja do Bom Jesus de Matosinhos porque se desconhece a sua origem e o modo como aqui ali foi parar. À volta de Lavras existem igrejas da devoção do Bom Jesus de Matosinhos e sabe-se que existiram mais em paróquias próximas que foram sendo desmembradas. A minha certeza que este Cristo poderá ser um dos nossos Bons Jesus baseia-se nas características da Imagem: Pés pregados cada um com seu cravo, braços abertos e um olho voltado para o céu e outro para a terra como acontece com todas as imagens desta devoção.
Tudo aponta para que se trate de um exemplar do séc.XIX.
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BOM JESUS DE MATOZINHOS DA BARRA DE GUAICUÍ
municípioNorte de Minas. a onde aquelese
Encontro dos dois rios
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O viajante
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A Igreja do Bom Jesus de Matozinhos
,
IGREJA DO BOM JESUS DE MATOZINHOS
(Inacabada e em ruínas)
A sua fundação está rodeada de
lendas que permanecem na memória local. Um artigo publicado no Jornal do
Comercio, da cidade do Recife, em 21 de Outubro de 2001, fala-nos desse
imaginário:
quem conta
um conto, aumenta um ponto. A máxima é verdadeira pelo menos quando se trata
das ruínas da Igreja de Bom Jesus de Matozinhos, nesse distrito do município de
Várzea da Palma. A construção, que nunca foi concluída, é datada do século
XVIII e, ao longo do tempo, a cultura popular desenvolveu inúmeras histórias
para explicar a existência desse monumento inacabado. Na prosa de alguns
moradores, a igreja não chegou a ser concluída porque os padres jesuítas,
construtores do santuário segundo relatos históricos, foram massacrados pelos
índios Cariris, que habitavam a região das corredeiras de Pira-Poré, área
ocupada hoje pela praça central de Pirapora. Em versão oposta, outros relatam
que a igreja, erguida em pedras, funcionaria como um forte para proteger os
jesuítas das investidas da Coroa Portuguesa. O motivo da perseguição aos
religiosos seria o trabalho desenvolvido com os índios.
Aspecto do que resta do portal da igreja
A construção teria ainda um túnel subterrâneo, escavado para
facilitar a fuga dos jesuítas. Nas ruínas do santuário não há qualquer vestígio
deste túnel, constatação que não altera a crença popular na história. “Depois
de tantos anos de abandono, o túnel arreou”, sustenta o aposentado Sebastião
Gomes, 71 anos.
A “insatisfação” do santo seria também comprovada por outra misteriosa
história. Todas as noites a imagem de Bom Jesus de Matozinhos era colocada nas
obras do santuário de Guaicuí, mas amanhecia na igreja da localidade vizinha de
Porteiras. Os mais cépticos, no entanto, têm outra versão para explicar o
deslocamento da imagem. Os moradores de Porteiras, que queriam ter a igreja no
seu povoado, roubavam a imagem todas as noites, fazendo o transporte em carro
de boi. “Isso era safadeza do pessoal de Porteiras”, diz Geraldo Ferreira. Mais adiante, em outro dedo de prosa, surge a história de que a igreja seria construída para cobrança de impostos na extracção do ouro. O Rio das Velhas, chegando ao São Francisco, teria sido uma rota para o tráfico do metal precioso, segundo disseram.
Todas
esões
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também na tradição, Nessa época ainda não se tinha determinado a proibição da presença de Ordens religiosas regulares no território de Minas. Esta hipótese
poderá ter alguma credibilidade dado que a casa original dos Garcia de Ávila
ficava na Baía, em S. Francisco do Conde, bem perto do local onde a devoção ao
Bom Jesus de Matozinhos, ainda com a denominação de Bom Jesus de Bouças, se
concretizou também num templo, em finais do século XVII.
outra garante,,
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Para os brasileiros que tiveram a coragem de ler este blog, aqui deixo uma espantosa fotografia do interior da Igreja do Bom Jesus do Matosinhos português, obra prima do barroco e cujo esplendor se deve ao ouro brasileiro. Por critério do fotógrafo, Correia dos Santos, ela está fotografada a preto e branco mas nem por isso perde a sua beleza e brilho. Antes pelo contrário. Isso é motivo para atrair os nossos irmãos brasileiros a virem conhecer este monumento e a terra onde está situado
Interior do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos da cidade de Matosinhos, em Portugal
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Como vimos ao longo deste trabalho, as primeiras
notícias sobre o Bom Jesus de Matosinhos terão chegado ao Brasil muito
precocemente, talvez mesmo antes das grandes fases de emigração do Reino para a
colónia, levadas pela fé e temores dos marinheiros e aventureiros. A partir da
segunda metade do século XVII, o seu culto impôs-se, organizou--se e
concretizou-se em variados templos cuja maioria permanece ainda hoje aberta à
veneração popular e cujo conjunto forma
um património artístico de notável importância.
Normalmente
são os factos históricos que constituem a estrutura da Memória dos homens e
instituições, permitindo que o passado não se dilua ao longo das gerações. No
caso sobre o qual me debrucei, o do culto ao Bom Jesus de Matosinhos, a sua
permanência tem como suporte a fé que une, num sentimento único, se bem que
revestindo formas de religiosidade bem diferenciadas, dois povos que, no
aspecto devocional, o mar não separou.
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A todos quantos tiveram o interesse e a paciência de ler este blog o meu muito obrigada. Esta foi uma promessa de matosinhense devota do nosso Bom Jesus, a força que me tem acompanhado ao longo de toda a vida. Representa ainda o meu contributo para o conhecimento e divulgação da sua devoção que, pelo mar onde apareceu, também partiu e se implantou nas terras longínquas do outro lado do Atlântico.